Auxiliadora dos Cristãos

        A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais, gerando um sentimento de identidade de um povo. Assim, podemos constatar  que a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora constitui patrimônio imaterial de Ponte Nova.

         Nossa Senhora não é somente a Mãe que vela com ternura sobre cada um de nós. É também a Rainha poderosa da Cristandade que, em três ocasiões memoráveis, a salvou de graves perigos[1].

        É fato que, em Ponte Nova, Pe. Crippa, Pe. Zanetti, D. Agostinho Zanella,   a Diretora Ir. Maria Cousirat,  Ir.  Oliva Facchini, Irmã Rosina Pomati, Irmã Veridiana Godoy, Ir. Dolores Petazzi, Ir. Paulina Heytman  foram os iniciadores da devoção à  Senhora Auxiliadora.

        O cronista, José Joaquim do Carmo Gama, do jornal O Piranga de 14/06/1896,  relata  a bênção do terreno para a construção da capela a Maria Auxiliadora. Em 29/06/1897, houve a bênção de uma imagem de Maria Auxiliadora.

        Já em 23/05/1898, quando teve a bênção da 1º pedra para a ereção da capela, D. Helena Trindade, doou a primeira imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Esta tornou-se no dizer da poeta ponte-novense Laene Teixeira:

" (...) um guia que há de estar sempre conosco, em instante de luz e alegria ... e nas angústias, lutas e aflições, lâmpada acesa que o vento não apaga, mão que norteia, dirige e afaga".[2]

        Na administração da Ir. Elena Ospital, em 26/04/1915, inicia-se um trabalho para a construção da Igreja em homenagem ao Centenário de Maria Auxiliadora. Os dois laboratórios se transformaram em Capela sob a orientação do engenheiro e arquiteto salesiano Domenico Delphiano. Em 23 e 24/09/1915, houve a Festa da proclamação litúrgica do título de "Maria Auxiliadora". Ainda neste ano, D. Bosco é esculpido pelo Prof.  italiano Agostino Odisio e seu busto inaugurado na escola em 24/11/1915. Encerrando as atividades do ano, em 15/12/1915 é lançada a pedra fundamental do altar de mármore na Igreja de Maria Auxiliadora.

        Neste clima de devoção a Nossa Senhora as alunas eram formadas, tornando-se também propagadoras da fé em Maria Auxiliadora. Assim, transmitida de geração em geração, esta devoção é  constantemente recriada através de suas Festas e da Caminhada Marial, gerando um sentimento de identidade e continuidade, promovendo o respeito à diversidade cultural e a criatividade humana.

        Vejamos os temas de algumas celebrações a Nossa Senhora Auxiliadora:

         1998 - Com MARIA, a mulher do Magnificat, Rumo ao NOVO MILÊNIO.

         2003 - Maria, Auxílio na estrada de comunhão.

         2006 - A Família, berço da vida e do amor.

         2008 - Bendita és, Maria, entre as mulheres! Geraste o Verbo da Vida!

                     E benditas sejam as mulheres protagonistas da História!

            Se você é ex-aluna comunique com este portal. Mande fotos de nossas festas ou áudio relacionado ao tema. 


[1] Em 1571, os turcos bárbaros ameaçavam a invadir a Europa. Maria Santíssima assegura a grande vitória naval de Lepanto, à entrada do golfo de Corinto (220 navios cristãos contra 300 galeras turcas). Pio V acrescentou então à Ladainha a invocação: "Auxílio dos Cristãos"... Em 1863, a mesma trágica ameaça, porém em terra firme. O príncipe Sobieski, tendo consagrado seu exército a Nossa Senhora, expulsou finalmente de Viena d"Áustria os turcos invasores. Em 1814, Pio VII, prisioneiro de Napoleão, volta a Roma e estabelece a festa de 24 de maio. Dom Bosco, que viveu em tempos de ásperas lutas contra a Igreja, e previu, para o futuro, batalhas ainda maiores, quis difundir a devoção a Nossa Senhora justamente sob este título: Auxilium Christianorum, Auxiliadora dos Cristãos, da Igreja e do Papa. Para ela erigiu a grandiosa basílica de Turim. Chamou de "Filhas de Maria Auxiliadora" às irmãs salesianas que popularizou sua devoção pelo mundo. Em Minas Gerais, o início do culto à Virgem Auxiliadora quando pela primeira vez aqui esteve o Bispo D. Luís Lasagna, para tratar da fundação da Casa Salesiana de Cachoeira do Campo (LIMA JÚNIOR: 1956: 275).

[2] REVISTA. Irmãs Salesianas. 100 anos de presença em Ponte Nova, Minas Gerais. Editora O LUTADOR, Belo Horizonte, 1996, p. 25.